quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Alcoolismo



O comportamento humano de ingerir álcool (etanol; álcool etílico) é bem antigo. De acordo com registros arqueológicos, desde 6000 a.C. e na Idade Média, após a descoberta do processo de destilação, a bebida alcoólica passou a ser utilizada como remédio para alívio da dor. Em pleno século XXI, vemos o seu consumo facilitado por novas formas de oferta de álcool e, sobretudo, pela aceitação e incentivo da sociedade, apesar de ser considerada uma droga psicotrópica.

Ao ingerir álcool, todo indivíduo passa pelo efeito agudo, que pode ser estimulante (desinibição, euforia e facilidade para falar) ou depressor (descoordenação motora, desequilíbrio e sono). Através do metabolismo, o organismo remove a droga circulante. Porém, podem acontecer efeitos desagradáveis (dores de cabeça e mal-estar geral). A ingestão abusiva de bebidas alcoólicas pode acarretar a dependência de álcool. Tal condição é denominada alcoolismo. No alcoolismo, o organismo passa a ter tolerância crônica, que possibilita quantidades cada vez mais elevadas, aumentando as doses progressivamente para se livrar da abstinência. No quadro crônico, quando o indivíduo pára de beber por 6 ou 8 horas, acontece a síndrome de abstinência (problemas gastrointestinais, agitação psicomotora, distúrbio do sono e tremores nas mãos), sendo o delirium tremens a forma mais severa da síndrome. Como efeitos crônicos do álcool no corpo, surgem as doenças no fígado (cirrose hepática, hepatite alcoólica e esteatose hepática), entre outros problemas de sáude, como doenças cardiovasculares e traumatismos devido às freqüentes quedas.

Dentre os fatores biológicos e socioculturais como desencadeantes do alcoolismo estão os fatores psicológicos. Quando o indivíduo não se permite resolver seus conflitos emocionais, deixando de buscar algum tipo de ajuda, pode encontrar no consumo de álcool uma forma negativa de enfrentamento de vida, estabelecendo uma falsa crença de resolução. Em indivíduos alcoolistas, observam-se aspectos de estrutura de personalidade como intensa insegurança, distorção de valores, baixa auto-estima, introversão e rigidez de cárater. O tratamento do alcoolismo realiza-se através de medicamentos que amenizam os efeitos da síndrome de abstinência, desintoxicação, orientação nutricional e psicoterapia (individual e/ou familiar). Por se tratar de uma adição socialmente aceita, é difícil o reconhecimento por parte do dependente de que ele necessita de ajuda. Implicando tempo, perdas importantes (profissional, saúde e social), podendo afetar gravemente a estrutura familiar deste indivíduo. A bebida alcoólica pode fazer parte do nosso contexto social e cultural. Porém, devemos ter responsabilidade ao fazê-lo, pois é possível transformar um simples ato prazeroso em um problema, causando em nossas vidas e nas dos que nos cercam conseqüências destruidoras e irreversíveis.

Dra. Sandra Regina da Silva
08.03.2007

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