quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Efeitos do álcool


O álcool é um depressor do Sistema Nervoso Central e age diretamente em diversos órgãos, tais como o fígado, o coração, vasos e na parede do estômago.
Em pequenas quantidades o álcool promove uma desinibição, mas com o aumento desta concentração o indivíduo passa a apresentar uma diminuição da resposta aos estímulos, fala pastosa, dificuldade à deambulação entre outros. Em concentrações muito altas, ou seja, maiores do que 0.35 gramas/100 mililitros de álcool o indivíduo pode ficar comatoso ou até mesmo morrer.
Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com uma outra pessoa que não está acostumada a beber.
Um outro exemplo está relacionado a estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física de grande porte (considerando altura, massa muscular e gordura) terá uma maior resistência aos efeitos do álcool. Outros fatores estão associados ao metabolismo do indivíduo, vulnerabilidade genética, estilo de vida e tempo em que o álcool é consumido.
A Associação Médica Americana (The American Medical Association) considera como uma concentração alcoólica capaz de trazer prejuízos ao indivíduo 0.04 gramas/100 millilitros de sangue.
A tabela abaixo correlaciona os níveis de concentração de álcool no sangue (CAS) e os sintomas clínicos correspondentes.
Quadro 1 - Estágios da intoxicação pelo álcool
BAC
(g/100 ml de sangue
ou g/210 l de ar respirado)
Estágio
Sintomas clínicos

0.01 - 0.05
subclínico
Comportamento normal

0.03 - 0.12
Euforia
Euforia leve, sociabilidade,indivíduo torna-se mais falante.
Aumento da auto-confiança, desinibição, diminuição da atenção, capacidade de julgamento e controle.
Início do prejuízo sensório-motor
Diminuição da habilidade de desenvolver testes

0.09 - 0.25
Excitação
Instabilidade e prejuízo do julgamento e da crítica
Prejuízo da percepção, memória e compreensão
Diminuição da resposta sensitiva e retardo da resposta reativa
Diminuição da acuidade visual e visão periférica
Incoordenação sensitivo-motora, prejuízo do equilíbrio
Sonolência

0.18 - 0.30
Confusão
Desorientação, confusão mental e adormecimento
Estados emocionais exagerados
Prejuízo da visão e da percepção da cor, forma, mobilidade e dimensões
Aumento da sensação de dor
Incoordenação motora
Piora da incoordenação motora, fala arrastada
Apatia e letargia

0.25 - 0.40
Estupor
Inércia generalizada
Prejuízo das funçõesmotoras
Diminuição importante da resposta aos estímulos
Importante incoordenação motora
Incapacidade de deambular ou coordenar os movimentos
Vômitos e incontinência
prejuízo da consciência, sonolência ou estupor

0.35 - 0.50
Coma
Inconsciência
Reflexos diminuídos ou abolidos
Temperatura corporal abaixo do normal
Incontinência
Prejuízo da respiração e circulação sanguínea
Possibilidade de morte

0.45 +
Morte
Morte por bloqueio respiratório central

Indivíduos que fazem uso crônico de grandes quantidades de álcool, com o passar do tempo, podem desenvolver complicações em diversos órgãos tais como: esofagites, gastrites e úlcera; esteatose, hepatite e cirrose hepática; pancreatite; deficiências vitamínicas, demência e câncer.
Critérios de uso, uso nocivo ou dependência de álcool
Podemos chamar de uso, qualquer consumo de bebida alcoólica, mesmo que episódico ou esporádico.
Indivíduos que bebem eventualmente, mas que exageram nestas ocasiões, podem vir a ter problemas legais, de saúde ou familiares decorrentes deste uso. Diz-se que tais indivíduos fazem um uso nocivo do álcool.
A dependência ocorrequando o consumo de determinada substância é compulsivo, ou seja, o comportamento do usuário está fundamentalmente voltado para o impulso de ingerir o álcool, continuamente ou periodicamente, com a finalidade de obter um estado de alteração da consciência, prazer, evitação ou diminuição de sintomas de abstinência e cuja intensidade é capaz de ocasionar problemas sociais, físicos e ou psicológicos.
Os casos de abuso, dependência ou abstinência do álcool devem ser tratados.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Aumentam licenças por dependência


A cada três horas, uma pessoa é afastada do trabalho para tratar a dependência química no País, revela relatório do Ministério da Previdência Social.
Apenas em janeiro deste ano, foram concedidas 2.506 licenças, por mais de 15 dias, para dependentes do consumo de álcool, maconha, cocaína, anfetamina.
O número reflete apenas uma das faces da influência das drogas no mercado de trabalho, já que expressa o problema só entre os que têm carteira assinada no Brasil.
Os dados mostram ainda que a dependência está em alta entre empreendedores, médicos, advogados, economistas, lixeiros, professores, funcionários públicos, todos do grupo cada vez mais amplificado nas estatísticas de transtornos de saúde desencadeados pelo uso de entorpecentes.
Enquanto no ano passado os peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concederam 31.721 afastamentos para funcionários dependentes, em 2007 foram 27.517 licenças, o que indica um aumento de 15%.
"O aumento nos números é multifatorial", avalia o médico Jarbas Simas, presidente da Sociedade Paulista de Perícias Médicas.
"De uma maneira geral, a crise pela qual passa a sociedade, a econômica inclusive, está levando o ser humano a procurar rotas de fuga e isso reflete em maiores índices da dependência química.
Por outro lado, os métodos de diagnósticos, o controle das empresas com relação aos funcionários dependentes e a conscientização de que o assunto deve ser tratado como doença, também foi ampliado, o que influencia no aumento", afirma Simas.
Fonte: Jornal da Tarde | Fernanda Aranda